sábado, 4 de junho de 2011

Abstrato


Leandro Ramires Rodrigues 




Um retrato em retalhos de imagem em bordas de mares d’agonia
quando translúcidas águas reluzem o lume da vida no meio
eu nomeio tantas vozes no silêncio dos olhos da madrugada
e o riso se torna em máscara mas cara do mundo são plumas
contornam um rosto em tantos traços o mesmo carnaval, o ritmo
explosão que se mistura no desenho do concreto à imagem da margem
Pulsam palavras, oceanos repelem mares, como ondas de vapor


O tom, som, cores e flores não fazem o desenho – são!
arquitetura lingüística que risca a gilvaz de tantas almas
porta aberta ao nada que sai do nada como entra aos olhos a chuva
transborda em cachoeiras de avenidas a memória do espelho
geometria de cidades, corpos ocos no vazio espaço do papel
e a esperança consome a luz, raspa o verniz e fica o desespero
Sem máscara o abstrato é o ritmo da vida em fulgor de mil sóis

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